quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O novo

Foi então que você chegou, me beijou a boca e me disse umas frases atravessadas. Ficou me olhando, tão fundo, tão perdido dentro de mim que eu eu beijei sua boca e fui te dizendo as minhas frases sem sentido. Você sorriu. Eu precisava descobrir você. Cada parte de você. Você precisava me descobrir. Cada centímetro de mim, cada ideia existente em mim. Eu era sua. Por quanto tempo? Não sei. Talvez pouco, talvez muito.

Sem título III

Preciso aprender a receber "nãos" por mais absurdos que eles possam parecer diante de mim. Preciso aprender a engolir seco sem querer vomitar, a chorar sem deixar cair lágrimas, a ouvir verdades sem deixar o rosto vermelho, preciso aprender a não ser querida, a não ser amada, a respeitar o desejo de quem não me deseja.

Sem título II

Tenho pressa sim. Por que iria com calma se pode nascer uma coisa bonita disso tudo? E depois que nascer faço o que com ela? Jogo fora? E comigo? O que faço comigo quando ela acabar? Prefiro que nem viva para que eu não sinta saudades depois.

Adeus você

Eu gosto de chorar pelo que eu nunca tive, só por pensar na possibilidade de como seria se eu viesse a ter. Por isso que resolvi chorar por você, chorar por perder sua presença que nunca fez parte da minha vida, nunca fez parte de mim. Eu sentei e chorei porque senti pena de você, senti pena de você se sentir responsável pelo mundo todo, menos por você. Aí eu desejei que você fosse feliz, bem longe de mim mas que ainda sim fosse felicidade de verdade. Porque eu tenho pena de quem não é feliz por ter escolhido não ser, igual a você.
Eu ia chorando enquanto deixava de amar quem eu nunca amei. Eu ia chorando só pra não perder o hábito de chorar, eu ia sofrendo só para não esquecer como se sofre.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Face I

É tanta alegria em mim que eu nem me reconheço diante do espelho.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Nem só o impossível

É preciso medir os próprios impulsos, não pular toda vez que se vê diante do abismo. É preciso saber perder e parar de forçar passagem pelo impossível. Muitas vezes o possível é o que nos leva onde queremos ir.

Solidão

O maior problema é quando nos desencontramos de nós mesmos. Não sabemos ser só, esquecemos como se convive com nossa presença. O perigo mora aí, porque o passo seguinte é começar a se entupir de falsas presenças para tentar preencher o vazio de nós mesmos.